27 de setembro de 2015


As pessoas não sabem amar. Preferem amargar em vez de beijar. Preferem dar uma bofetada em vez de acariciar. Talvez por saberem a facilidade com que o amor pode correr mal, tornar-se subitamente impossível... impraticável, um exercício de futilidade. Então evitam-no e procuram consolo na angustia e no medo, na agressão, que estão sempre ali e prontamente disponíveis, Ou talvez às vezes... apenas não saibam todos os factos.

A raiva e o ressentimento podem impedir-te de seguires em frente. É o que agora concluo. Não precisam de nada para queimar a não ser o ar e a vida, que engolem e sufocam. É real a fúria, mesmo quando na realidade não tenha razão de existir. Ela pode mudar-te... virar-te... moldar-te e tornar-te em algo que tu não és. O lado bom, no entanto, é a pessoa em que te tornarás. Um dia, esperemos, acorda-se e percebe-se que não se tem medo desta caminhada. Sabe-se que a verdade é, na melhor das hipóteses, parte de uma história contada, Essa fúria, assim como o crescimento, vem por surtos e crises e no seu rasto deixa uma nova oportunidade de aceitação e a esperança da serenidade.

Mas, que sei eu? Sou apenas uma criança!

in  The Upside of Anger de Mike Binder

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